eeReflexão escrita para o boletim semanal da Igreja de Franca.
14 de janeiro de 2011
Durante
a Segunda-Guerra Mundial, um jovem estudante de teologia foi
convocado para fazer parte da guerra. Lá ele viu e sentiu na pele o
horror da guerra. Lá ele viu como surgem os orfãos e as viúvas.
Este jovem conheceu outros rapazes que tinham sonhos e que esperavam
ter uma vida digna depois da guerra. Este jovem viu sonhos
transformarem-se em poeira e o nome dos seus amigos em número de
baixa. Em meio ao mar de sangue formado pelos corpos mutilados pela
ignorância humana, sentindo-se desamparado pelo criador, este jovem
perguntava-se: onde está Deus?
Durante
nossas nossas refeições somos assombrados pelas imagens fortes do
noticiário. Cenas de destruição, de desolação, de morte e de
desesperança. O homem que cavou toda a noite à procura do corpo do
seu filho. A mulher lavada de lágrimas por ter perdido 15 pessoas da
sua família: tios, primos... pai e mãe. A impressão que temos é
que a natureza, já cansada da escravidão a que foi submetida, agora
ergue suas mãos ásperas de sob a terra e estapeia a nossa face.
Para algumas pessoas é o fim do mundo. Essas mesmas pessoas hoje
repetem a pergunta: Deus, por que nos desamparaste?
A
resposta a essa pergunta está no corpo entalhado na cruz.
O grito
desesperado de dor – Eli, Eli, lamá sabactani – de Jesus
teima em desviar a nossa atenção. Junto com ele, olhamos para cima.
Acontece que se nos momentos de luta e sofrimento, você olhar para
cima, nunca verá a Deus. Quando o chão treme sob os nossos pés e a
morte desce a montanha montada em uma avalanche de barro e entulho,
não adianta olhar para cima: Deus não está lá. Ele saiu.
Encontra-se em outro lugar. E para saber onde é este lugar, é
preciso tirar os olhos das nuvens e olhar para a cruz. Ao olhar para
a cruz, você verá que não é um homem que está lá. Mas é Deus
que está crucificado; Deus está sofrendo as nossas dores. A criança
soterrada, a mulher que chora os filhos, o homem que perde as
esperanças... Todos eles e elas são Jesus; todos são os pequeninos
e pequeninas a quem Jesus se refere em Mateus 25.
Esta
mensagem serve de consolo para quem sofre: Não se está sozinho.
Deus não desamparou ninguém no seu sofrimento. Pelo contrário!
Cristo chora conosco e sofre conosco as nossas dores. E mais do que
isso, sua ressurreição nos dá a esperança necessária para
começar de novo. É possível renascer dos escombros!
Mas
esta mensagem também nos desfia, como cristãos e cristãs, a ser
solidário com essas pessoas. A dar-lhes de beber quando tiverem
sede; de comer, quando tiverem fome; o que vestir, quando estiverem
nus. Também nos desafia a denunciar e a lutar contra o sistema
demoníaco que explora inescrupulosamente a terra e tem gerado todo
esse desequilíbrio à natureza.
Cristo
está sofrendo. Você vai ficar aí parado?
Imagem: http://arquidiocesedecampogrande.org.br/arq/images/stories/catecismo/anoC%20tempo%20comum12.jpg
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